E daí...
Ontem li no regulamento do Salão Internacional de Humor de
Piracicaba um belo parágrafo explicativo, mas talvez não inteligível a todos,
sobre a comunicação, e o que ela representa, como ela dever ser compreendida e
aplicada para que então possa ser profícua. Acredito que este é o nosso grande desafio
e o maior problema nos dias de hoje, a falta e a má recepção da boa e velha
comunicação. Muitas vezes pelo grande alcance de nosso trabalho percebo que nossa
proposta “a” é assimilada como “b”, ou seja, não há um entendimento claro eventualmente
em virtude da deficiência estrutural de alguns. E isso, o aprimoramento da
estrutura pessoal de cada um, que com certeza não está em voga, gera também os
conflitos entre belas cores que ao invés de admiradas, causam ódio em ambos os
lados, a violência em vez da resolução das diferenças, não respeito a vida
alheia em tempos de pandemia, ao enaltecimento do egoísmo, porque “não quero ficar
em casa” causando infelizmente a infecção de milhares de pessoas, o desprezo
pela vida, consequentemente causando a morte, a morte do respeito e da educação
e de uma sociedade organizada.
Nosso evento neste ano já ultrapassa trinta países inscritos
e gostaria de agradecer humildemente a participação de todos até o momento em
nosso 16° SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR DE LIMEIRA que conta com muitas estrelas
em nosso céu ensolarado. Acontece que pela falta de entendimento da
“comunicação” de alguns recebemos belas obras sem ficha de inscrição, ou com os
tamanhos diferentes do proposto em nosso regulamento, ou isso, ou aquilo, consequentemente
gerando nada para ninguém. Nosso foco sempre foi simplificar as inscrições para
facilitar a vida de todos. Fico aqui pensando com meus botões, será mais
adequado não ter um regulamento?. Poderíamos então também tirar os faróis de
trânsito das cidades, poderíamos absurdamente beber veneno em vez de água (será
que já estamos fazendo isso?), poderíamos fazer mais guerras em vez de viver em
paz (será isso real também?), poderíamos mais odiar do que amar (idem
parênteses anteriores), poderíamos mais criticar do que promover (idem
parênteses anteriores, do anterior), poderíamos fazer as coisas do nosso jeito
e menosprezar o verbo, a princípio proposto para nossa evolução, como o
evangelista João nos ensina em seu maravilhoso livro de amor. As regras são
importantes para nossa própria liberdade.
Quando chega uma nova inscrição, independente do talento
artístico, primeiro somos obrigados a fazer a análise técnica, baseada em nosso
regulamento proposto, que vale para nós e para você, então ficamos na expectativa
de que as ações e o bom entendimento do artista possibilitem sua participação, e
as vezes isso não acontece. Percebo que alguns talentos se sobrepõem a
necessidade intrínseca da correta maneira de participar. Me transformo em
detetive tentado saber de onde vem sua obra sem informação alguma, e poucas
vezes nem o nome para nosso cadastro conseguimos ter quando por exemplo vem em
chinês, ou em árabe (culturas das quais sou um grande fã e admirador), porque
infelizmente não sei me comunicar nestes idiomas, mas gostaria de saber. Isso
muito me entristece. Entristece nossos esforços em prol da Arte. Será que
deveríamos aceitar cada um com sua própria forma pessoal de participação?
Acredito que isso não seria justo, usando o bom senso e respeito a todos que
fazem as coisas da maneira certa, porque afinal de contas é isso que buscamos:
Fazer a coisa certa!
De qualquer forma gostaria de agradecer a todos que puderam enviar
suas obras até o momento, respeitando ou não as regras de nosso evento. Como
sabem nosso objetivo coletivo é de promover uma bela exposição de Arte e a
valorização e divulgação dos artistas participantes. A partir de agora, faltando
menos de um mês para o encerramento de nossas inscrições, buscamos formas de auxiliar
nossos queridos artistas, vamos dizer assim, que não entendem como é importante
para todos uma participação salutar e organizada, para que então possamos ser
organizados aqui também, como já disse promovendo a Arte, com prêmios e
notoriedade, respeitando a dedicação de nossa equipe, de nossos grandes
jurados, e todo nosso empenho conjunto. Um
obrigado maior aos que honraram a boa comunicação e correta participação, e tudo
de bom que isso nos traz.
Um grande abraço cheio de gratidão a todos, sem exceção
alguma.
Roberto Bonomi