POR CID CALDAS
COORDENADOR C. T. MAIS VIDA
Em um único dia morreram cinqüenta pessoas menos do que o esperado no mesmo período do ano passado, mil e quinhentas menos em um mês. Já se prevê diminuição de doze bilhões e meio de reais com gastos em saúde no Brasil. Mas nosso maravilho antigo movimento de esquerda insiste na volta da CPMF, ou nas entrelinhas das cobranças de impostos ele subsiste abocanhando o bolso do cidadão comum com outros nomes, como IOF (imposto sobre operação financeira). E enaltecemos ironicamente mais um recorde na arrecadação da receita federal.
Ainda assim há os quê questionem a tão comentada lei seca. Durante nove anos os 0,6 gramas de álcool por litro de sangue permitido geraram uma confusão no entendimento da polícia e da população em geral. Não se sabia se eram dois, três copos de chope e não se dispunha de recursos para fiscalizar (na capital carioca eram só dois bafômetros, antes da nova lei, hoje há momentos com trinta e cinco pontos de fiscalização no Rio de Janeiro, RJ). Não há mais dúvida: tolerância zero para quem bebe e dirige. Se somos pretensiosos ao pensar que dirigimos bem sóbrios, imaginem depois de tomar algumas...
Devem ser aplaudidos os que se mobilizarem para questionar o que de fato pode nos prejudicar. O momento atual é ideal para uma investigação minuciosa sobre este assunto, estaremos elegendo nossos representantes. Na Noruega a multa é cobrada de acordo com os vencimentos do indivíduo. Na Espanha cidadãos são facilmente presos por embriaguez ao volante. Até que tais medidas fossem aplicadas aqui, éramos recordistas mundiais em mortes no trânsito. Pesquisa realizada na USP (Universidade de São Paulo), concluída este ano mostra que em metade das mortes com acidentes de veículos automotores o condutor tinha álcool no sangue.
Cada povo tem o governo que merece. Já é hora de resgatarmos nossa auto estima e cobrarmos daqueles em que acreditamos num passado recente, para que façam de fato o que combinamos. Temos esperança!