O MUNDO DE BOBINHO set 2008

POR ROBERTO BONOMI

Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, analisava o mundo moderno e suas maneiras de agir. Percebia que a natureza dava sinais e mais sinais, mas o homem estava muito ocupado em ganhar dinheiro e garantir seu lugar ao sol, e não podia fazer nada. Mas que sol? Uns diziam sobre o aquecimento terrestre, outros afirmavam que a terra em breve iria se congelar. Dois pólos, muitas teorias, o certo é que algo iria acontecer, e provavelmente nada de muito bom. Bobinho pensou que para um homem espirituoso de verdade, que vivia dentro das condições propostas pelo instinto e severamente seguidas do respeito, que se aprende durante a própria existência, simplesmente, no mínimo observando a natureza, como os índios fazem, não era necessário temer a própria catástrofe humana. Obviamente mais um teste do Papai do Céu, com todo este livre arbítrio, que não é tão livre como se pensa, pois os sentimentos vis tendem a superar qualquer virtude nas vontades de posse das coisas matériais, para os mais fracos, e levam o ser a cada vez mais superar seus medos e ignorá-los da presença do Divino. É uma pegadinha das boas! Sempre existiu o bem e o mal, mas a conduta era, nos dias de hoje, sem precedentes e a ordem e a moral são reféns a cada palavra, a cada gesto. Era notório. As pessoas que se diziam pregadoras do bem e dos conceitos do Criador, usavam este escudo para negociatas medíocres e como uma interminável fonte de enganação de si e do próximo. É uma boa piada. Mas Bobinho tinha sua convicção, seus méritos, mesmo contemporâneo em carne, teria sempre suas qualidades e as exaltava acima de tudo, por mais menino que fosse. Era difícil se encontrar, às vezes, no meio de tanta vilania, mas a vitória era certa. Ficava pensando, para suportar a dor, quando via um animal sendo judiado pelo homem, que este deveria ter sido um mau homem outrora, e que agora não podendo falar e nem enganar com a “palavra” pagava seus erros cometidos na mesma moeda, ou seja, no mesmo mundo. Porque haveria de ter uma resposta? Pobre do homem que não respeitasse essa condição. Podre do homem que se achava espirituoso, e aumenta seu quinhão. Afinal, pensou Bobinho, a ignorância não é um luxo para todos!