O MUNDO DE BOBINHO out 2008

POR ROBERTO BONOMI

Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, completava um ciclo muito importante em sua vida. Amadurecia finalmente. Notava que a vida tinha um sentido muito amplo, quase indefinível, mas, ao mesmo tempo era muito simples. Percebia que Papai do Céu criara um mundo perfeito, equilibrado e muito belo para todos os seres viverem em paz. Era dada uma opção ao animal consciente, ou quiçá, o menos consciente que era o homem. Papai do Céu, pensava Bobinho com toda sua inocência, dava o escolha de agir, e tê-la não era tão simples com muitas entidades voltadas ao espírito propagavam. Não era fácil não escolher. Na verdade era a escolha o dom maior da vida, e sua maior obrigação. Escolher e decidir não é fácil e para isso precisamos criar uma base muito constante e regrada para, ai sim, atingirmos o ponto de chegada, e sair do ponto de partida. Tanto um como outro, sair e chegar, eram muito difíceis. Como Papai dizia fácil não é chegar, é ficar lá... Bobinho notava que muitos homens que chegavam a algum ponto de sua escolha, se entregavam demais pelo objetivo. Não que isso fosse errado, era certo, mais era preciso aquele cuidado muito criterioso, muito consciente dentro da mente volátil de nós seres pensantes. Bobinho percebia que os animais tinham mais consciência que o próprio homem, pois respeitavam a natureza e suas condições, seguiam o instinto Divino, não tinham problemas em suas ações. Já o homem sim, para atingir o tal ponto se enlameava todo, e este era o princípio, o principio do fim. Muitos se fartavam de soberba, abusavam da esperteza, e ai, é claro, cometiam o erro fatal. Para tanto impeliam sua força e sua vontade medíocre para arrancar suas pútridas conquistas. Sim é claro, pois só se pode tirar de quem não tem, ou tem muito pouco. Era assim que Bobinho percebia a armadilha que homens tolos e gananciosos caiam feito patinhos. Estudou os grandes homens da humanidade, que na sua maioria das vezes foram arrancados do meio fértil que produziam, da destreza de uso da mente, da escolha certa, digna, que incomoda o pobre espírito. Bobinho fez uma analogia com seu fliperama, onde para se colocar a bola em jogo, era preciso aquele forte estampido, aquela pancada na bola para que ela pudesse como uma flecha atirada de um arco mongol voasse direto ao seu destino. Cumprisse sua trajetória e jogasse o jogo para o qual foi delineada. Era fácil, depois de tantas repetições, Bobinho notar que este ciclo se repetia muitas vezes. Era quase que uma dor que se devia sentir, como propriamente o parto, a dor de vir. Muitos destes medíocres homens, e não exatamente quem puxava o gatilho, se achavam com poder, davam o poder de ir aos bons, e era doloroso só para o mais cego dos cegos que não enxergava que no fundo eram apodrecidos para que fossem a passagem para o bem estar. Eram na verdade o adubo para a bela e linda flor efêmera na individualidade, eterna em seu arbusto, sua cor, seu cheiro, sua marcante forma. Bobinho agradeceu mais uma vez pela vida e por todas as suas dificuldades!