O QUE PROCURAMOS

JOSÉ ANTONIO FAGOTTI
jafagotti@hotmail.com

Há algumas perguntas fundamentais em nossa vida, mas que quase raramente formulamos. O que procuramos? Qual o nosso objetivo?
Se gastarmos nossa existência a procura de bens materiais, de conforto, de prazeres e gastarmos nossas energias para somente satisfazer essas pretensas necessidades, quando chegarmos ao fim de nossa caminhada neste plano material, estaremos de mãos vazias, nosso coração estará descontente e alguma coisa em nosso íntimo nos advertirá que perdemos a nossa existência e gastamos nossas energias com objetivos sem alicerces na verdadeira finalidade de nossas vidas.
Teremos o sentimento de termos perdido a nossa existência, sem termos conseguido, apesar de todos os nossos esforços, nada de útil e estarmos no ponto em que começamos, sem termos progredido e perdido uma oportunidade valiosa de crescimento espiritual.
Os convites divinos passam por nós, sugestivos e santificantes; todavia estamos distraídos e não damos a devida atenção e eles, então ficam no esquecimento. O coração e a mente estão adormecidos, incapazes de analisar e de sentir. Nós precisamos indagar o que fazemos o que desejamos a que propósito atenderemos. Faz-se indispensável examinar, refletir, decidir-se que caminho seguiremos.
Não nos deixarmos conduzir pelas circunstâncias de cada dia, como sonâmbulos inconscientes.
Os homens e as mulheres atuais, seduzidos pela ambição, pelo luxo, pelo prazer, permanecem adormecidos para o despertar de suas responsabilidades verdadeiras.
Permanecem com o pensamento e a emoção para o exterior, com prejuízo da sua harmonia interior. Suas preocupações e anelos giram em torno dos valores materiais e acreditam que são seres especiais, não sujeitos aos sofrimentos, que são inevitáveis. Vivem adormecidos, distraídos no jogo da ilusão, distanciados de quaisquer compromissos elevados para com a vida, que os espreitam, aguardando o momento de convocá-los para a realidade.
Quando, porém, são chamados aos embates da vida, através das ocorrências menos felizes, desagradáveis, se revoltam, se amarguram, fogem da luta, se desesperam. O resultado é negativo, infeliz.
A medida que os sofrimentos trabalham a criatura, altera-se-lhe os objetivos, encontrando-se consigo mesma, desenvolvendo as aptidões internas que impelem o homem para os ideais de beleza, de crescimento íntimo, de auto –realização.
Então não vamos aguardar que os acontecimentos menos felizes nos chamem para a realidade, mas vamos despertar para os valores do Espírito, a fim estarmos preparados para as circunstancias, boas ou ruins, que comumente temos de enfrentar, comportando-nos com equilíbrio, com coragem em todas as situações.
Todos estão situados em nosso mundo e retemos oportunidades valiosas, como disponibilidade de recursos materiais, de tempo, de conhecimento, de amizades para auxiliar, para sermos úteis.
Em todos os lugares há quem espera uma cooperação, um gesto de amizade, uma palavra de bom animo. A vida é uma troca incessante. Aqueles a quem ajudamos hoje, muitas vezes serão nossos protetores em outras circunstancias, amanhã.
Ninguém na Terra efetua viagem longa sem auxilio de pontes para a travessia de barrancos, vales ou abismo. Por mais regular que seja a jornada, sempre chega o instante em que precisamos de alguém para transpor esses obstáculos.
Nosso Pai nos dá muitas oportunidades para trabalho, renovação, desenvolvimento e melhoria, em todos os sentidos, intelectual, moral e espiritual.
Assim vamos estender mãos amigas, pois todos somos viajantes nos caminhos da vida e certamente quando precisarmos outros nos estenderão as mãos.
Todos somos filhos de um mesmo Pai que espera que convivamos como irmãos para construirmos um mundo melhor.
Finalizando com pequenos versos, de autor desconhecido:

A vida é feita de escolhas
E, para cada escolha
Vários caminhos se apresentam
Há caminhos tortuosos, perigosos
E há caminhos belos, floridos
E cabe a cada um de nós
A escolha que nos levará
A alegria ou a tristeza...