CAPA de nov 2008



por Roberto Bonomi

projeto LUTA PELA CAPOEIRA



O projeto LUTA PELA CAPOEIRA é um resgate ao esclarecimento sobre o que é a Capoeira. Reconhecida recentemente como Patrimônio Cultural Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura, esta luta-dança, que tem mil facetas dentro do complexo e vasto acervo cultural brasileiro, sofre com a má informação tanto dentro do seu próprio meio de atividades, quanto do público em geral.
Como tudo - ou quase tudo em nosso país - há uma inversão de valores onde a Capoeira é ensinada como esporte, luta ou até mesmo como forma de condicionamento físico.
A Capoeira, além dos aspectos descritos acima, trata de dança, música, instrumentos diversos, expressão corporal, expressão de linguagem, folclore, arte, inclusão social, manifestação cultural, dentre outros.
Acima de tudo, serve de ferramenta para o aprendizado e cidadania, auto-estima de nosso povo, o que, na maioria das vezes, passa despercebido.
Na verdade todos estes aspectos citados acima estão inseridos dentro da Capoeira, mas nenhum deles consegue defini-la propriamente.
É Cultura Brasileira, criada no Brasil, e muitos ainda não sabem disso.
Relaciona-se com todos os adjetivos citados, mas não tem um entendimento adequado de toda sua extensão. É compreendida apenas como um ou mais aspectos, mas não está clara a real importância e definição desta manifestação cultural genuinamente brasileira.


Objetivo

O objetivo do projeto é esclarecer o que é a Capoeira, definir sua importância, principalmente para os professores que ensinam a parte prática e física, que é apenas um dos elementos que compõem sua complexa abrangência.


DETALHES DA PROGRAMAÇÃO

Será convidado um Mestre de Capoeira que tem sua competência comprovada durante muitos anos de atividade, e também uma formação dentro do aspecto educacional e cultural.
Teremos uma mesa de debates com profissionais capacitados em suas áreas, relacionadas com nossa cultura e co-relacionadas com a Capoeira.
Estarão presentes na mesa de debate:


Adalberto Mansur é jornalista e administrador de empresas, sendo pós-graduado em Comunicação Pública e Responsabilidade Social. Atualmente, é Secretário da Cultura de Limeira. Ainda na Prefeitura de Limeira, atuou como assessor de comunicações. Trabalhou em jornais e rádios da região, ao longo de 18 anos. Realiza projetos de comunicação e marketing para entidades e empresas, além de ser professor universitário em cursos de Comunicação Social, Marketing e Administração.


Professor Augusto José Fascio Lopes, Mestre de Capoeira, conhecido como Baiano-Anzol, é formado por mestre Bimba em Capoeira Regional, onde possui dois cursos de Especialização. Também é Mestre Cordel Branco pela Confederação Brasileira de Capoeira. É autor do Livro Curso de Capoeira, Edições de Ouro, 1974, RJ. Foi introdutor da disciplina de Capoeira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, sendo atualmente professor de Educação Física, com especialização em Educação. Atualmente, exerce o cargo de professor da cadeira de Capoeira na Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ e a chefia do Departamento de Lutas da Escola de Educação Física/UFRJ.


Regina Muller, antropóloga, autora do livro “Os Asuriní do Xingu: história e arte” e de vários capítulos de livro e artigos sobre xamanismo, arte e ritual indígena e performance artística. Doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo, com pós-doutoramento no departamento de Performance Studies/ New York University e livre-docente em Antropologia da Dança pela Universidade Estadual de Campinas.Foi responsável pela disciplina “Pesquisa Antropológica de Danças Brasileiras”no curso de graduação em Dança e atualmente orienta pesquisa sobre capoeira em nível de doutorado no Programa de Pós-graduação em Artes/ Instituto de Artes da UNICAMP. Realizou pesquisa sobre performance, interculturalidade e o corpo em movimento na cena contemporânea e atualmente desenvolve o projeto “ Performance e corpo em movimento no ritual indígena e na cena contemporânea”.


Roberto Bonomi, fotógrafo, editor do Jornal O PIU, vem fotografando a Capoeira por mais de 10 anos e pesquisando o assunto junto a livros, historiadores e mestres de Capoeira pelo mesmo período. Com uma grande experiência em publicações diversas, começou sua Carreira com o assunto Capoeira e fez parte da fundação da primeira revista de Capoeira nas bancas de todo país, além de ter participado em diversas publicações de revistas sobre o assunto, no Brasil e exterior.


Serão convidados a participar grupos de Capoeira de Limeira e região, para apresentações durante o evento.
Será elaborado um questionário com as perguntas e respostas sobre o que é a Capoeira e quais são seus fundamentos dentro de suas raízes e manifestação cultural. Este questionário tende as ser um futuro manual de consulta, publicado no Jornal O PIU, nas edições de novembro (perguntas do questionário) e dezembro (respectivas respostas), que além de servir de base, fará o registro do evento, com informações detalhadas e material completo das atividades.
Convite para todos os órgãos de imprensa, formadores de opinião, historiadores, pesquisadores e afins, visando um maior aproveitamento das informações apresentadas e a continuidade de uma conscientização maior de nossa cultura no aspecto específico da Capoeira.
Cadastro dos interessados pela palestra final.



PROGRAMAÇÃO

10h00 - Começa na Praça do Museu, dia 21 de dezembro de 2008, com uma breve explanação das metas traçadas e da programação, seguida da apresentação dos palestrantes.
11h40 - Apresentação para o público e mesa de palestrantes, com roda de Capoeira dos estilos e filosofia dos grupos convidados para as apresentações.
12h00 - Almoço
13h30 - Palestra com o Mestre de Capoeira na Praça do Museu, com a apresentação do que é a Capoeira e sua história. Será entregue o questionário publicado no Jornal O PIU (de novembro), para público e participantes, para que possam conhecer as perguntas mais relevantes sobre as raízes da Capoeira. Assim aguçaremos a curiosidade dos presentes, e despertaremos a vontade do conhecimento.
As repostas serão veiculadas no Jornal O PIU de dezembro, que será publicado no dia seguinte do evento, 22 de dezembro.
15h30 - Abertura ao público e participantes para perguntas, dirigidas à mesa, para esclarecimento das dúvidas.
17h00 – Intervalo do debate, com abertura da exposição fotográfica LUTA PELA CAPOEIRA, de Roberto Bonomi.
18h00 – Retorno à Mesa, para encerramento do evento, com roda de Capoeira de professores e mestres, na Praça do Museu.
18h30 até 20h00 - Palestra do Mestre convidado, na Biblioteca Municipal de Limeira, para os participantes previamente cadastrados.

editorial nov 2008

Mais uma vez o Jornal O PIU arregaça as mangas e vem com uma novidade. Na verdade é uma luta, uma séria luta dentro dos nossos aspectos culturais, onde infelizmente nós brasileiros somos muito deficientes. Costumamos ouvir toda hora que o brasileiro não tem cultura. Mentira. Nossa cultura é vasta, rica, colorida, ambiciosa, mas, nossa educação é pobre para absorvê-la. Essa é a verdade, não temos educação para entender e valorizar nossa imensa cultura. Não nos foi dada esta chance, pelo menos para a grande maioria. Os livros nos trazem informações deturpadas, sentimos a pouca veracidade e pouca preocupação em salientar o que é o que. Mas, o que é? Existe uma verdade? Sem dúvida que sim!! Observamos as etnias, suas culturas e raízes e seria impossível que alguém com alto-estima suficiente não desse valor para suas origens e sua própria raiz. Nosso novo empreendimento é uma grande luta, é a LUTA PELA CAPOEIRA. Observamos em nossa enquete presente, e passada, que o brasileiro ainda não sabe que a Capoeira é brasileira. Existem muitas pessoas que defendem outras coisas, mas este claro, estudado, definido que suas origens são genuinamente brasileiras e não podemos permitir mais uma geração ignorante a este legado de nossos próprios irmãos. É claro que com a colonização vieram os instrumentos, como o pandeiro árabe trazido pelos portugueses, o atabaque africano, o negro africano, que é um fatores mais importantes para esta realização. Mas foram seus filhos brasileiros que criaram esta maravilhosa Luta-dança, cheia de mistério e magia até os dias de hoje. Os heróis que conhecemos na escola fizeram questão de queimar quase toda documentação da barbárie que foi a escravatura no Brasil. Com isso pouco restou para o estudo e o conhecimento mais profundo, mas, existe o que é impossível negar, o presente. De maneira nenhuma podemos duvidar que ela tenha sido criada em nossas terras. Porque mais que se queria acreditar em outra hipótese é impossível que seja de outro lugar se somente a encontramos aqui, no Brasil. Hoje esta difundida por muitos países no mundo e obviamente como já dissemos, temos influencias diversas, mas não se pode negar seu nascimento e sua nacionalidade. Esta luta é nossa bandeira, é nossa cor, é o negativo de nossa cor. Sem aprender a valorizar nossa cultura nunca poderemos ter educação, e sem educação nunca seremos cidadãos de verdade. No dia 21 de dezembro estaremos todos juntos para um debate a favor da cidadania, uma debate a favor de nossas raízes tão complexas. É um prazer poder exaltar nossos costumes, é uma honra lutar por nossa tradição e mais do que tudo uma grande lição de cidadania e alimento para nossas futuras gerações. Que Deus nos guie nesta empreitada!


A Bibliotecaria Alzira Duarte de Barbosa, uma das responsáveis pela realização do projeto LUTA PELA CAPOEIRA, faz sua primeira aula de Capoeira. Mostra que é brasileira de verdade e luta por sua cultura!

por João Zero nov 2008



www.cartuns.com.br

HORIZONTE nov 2008

O MUNDO DE BOBINHO nov 2008

POR ROBERTO BONOMI

Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, pensava na tecnologia do mundo moderno e suas vantagens, e desvantagens. Ouvia-se muito, nos dias atuais, sobre o degelo das crostas polares, gerando o aquecimento global, outros diziam (e Bobinho até viu um filme a respeito outro dia) que muito pelo contrário, a terra se congelaria, e achava muito engraçado como as conclusões eram tão diversas, tão contrárias ao extremo. O que não se podia negar é que queriam o fim da coisa. Ninguém podia negar também que o homem contribuía para a instabilidade do planeta, e já nos dias de hoje podíamos perceber a bagunça das estações, o clima muito adverso, as temperaturas completamente “fora de órbita”. Muitos diziam que ainda faltavam milhões de anos, outros diziam que mais alguns poucos anos teríamos um colapso grotesco. Era difícil calcular alguma coisa assim. Talvez, observou Bobinho, fosse a tecnologia, o apogeu de uma era moderna, uma evolução predestinada. Bobinho lembra-se uma vez quando Mamãe colocou massa de bolo demais na forma, e curioso, observando pela “janelinha” do forno, viu a massa transbordar pelas bordas fazendo aquela sujeira. Lembrou-se de outras tantas civilizações, que chegaram muito mais longe que a nossa, criaram coisas muito mais tocantes que um simples chip, deixaram sua marca para sempre, pedra sobre pedra, e ainda nem sabíamos como. Quem sabe daqui a 4 mil anos alguém acha um monitor de plástico enterrado e vai pensar o que daquele pequenino objeto, ou carcaça de um carro feita de material leve com composições de carbono, uma pirâmide de concreto amontoada, sem forma definida (prédio). Tudo que se constrói hoje é para durar pouco, intencionalmente, cada vez mais, insignificante perto da natureza ao redor. É certo que uma maior facilidade foi revelada. Imaginem, mesmo nas civilizações muito antigas que já tinha aquedutos e guindastes potentes, um isqueiro que cabe no menor bolso, e pode acender milhões de vezes apenas com um toque, podendo até ser molhado sem se danificar. Imaginem os Impérios que dominaram continentes por quase um milênio com a facilidade da internet. A caneta esferográfica, brinde barato, não damos a mínima atenção, objeto sem valor. Quantos livros os antigos pensadores teriam escrito com elas. O lápis, quantos desenhos não teriam feito. Estas são coisas muito banais nos dias de hoje, mas poderiam ter sido muito valiosas fora do seu tempo. Pode ser que esteja se repetindo há muito esta roda da vida. Existem, na costa americana do pacífico múmias de 6 mil anos bem conservadas. Um dia quiçá foi a engenharia da preservação a coqueluche, a engenharia da construção, muito óbvio, a engenharia de coisas que nem desconfiamos. Hoje é o chip, o infravermelho, a internet, a descoberta do universo a nossa volta, e com isso, talvez no seu último estágio evolutivo, seja provavelmente o fim de nossa permanência na terra porque o homem trocou o seu propósito de existir pela ganância. Ouve-se falar a todo o momento na conquista do espaço, burrice pensou Bobinho, o homem deveria conquistar sua bela Terra e sua própria vida.

ACRÓSTICO



por Sydney Wiss

UMA VIDA DE CÃO [2/3]



por RAY COSTA

A m i g o s

EUDOXIA CASTRO QUITERIO

Numa roda de amigos
É bom estar,
Com troca de idéias,
A alegria, o respeito sempre a reinar!

Nos momentos alegres sugestões somar,
Na tristeza, sentimento de cooperação dividir,
Na necessidade a ajuda multiplicar.
Para o amigo, tudo, tudo para seu bem estar!

A cooperação ter muita forma de ser.
Na hora certa um conselho dar,
O ombro amigo oferecer, a mão estender.
Como é bonito, bom, demonstrar a um amigo
Que a vitória dele é nossa também.

A distância não diminui uma amizade sincera,
Pelo contrário, a saudade a faz aumentar.
E que felicidade sentimos
Na oportunidade de um novo encontrar!

Como é bom com certeza dizer:
Amigos para sempre nós queremos ter,
Amigos para sempre nós queremos ser!

A História da Bicicleta 3/4

Toda a Europa multiplica esforços para aperfeiçoar a bicicleta e os aperfeiçoamentos sucedem-se um após o outro rapidamente. Os novos veículos começam a ser usados com todo o equipamento de campismo e a ser levados para excursões longas nas estradas da Europa, surgindo assim o cicloturismo.
O crescente número de entusiastas, destes veículos “obrigou” as autoridades de Paris, a criar, por volta de 1862, caminhos especiais para os velocípedes nos parques. O objectivo era evitar que se misturassem com charretes e carroças.
Surgiram, assim, as primeiras ciclovias, no mesmo ano em que é divulgada a primeira estatística: Ernest Michaux consegue fabricar 142 unidades em 12 meses.
1868 a 1ª Prova masculina com bíciclos, vencida pelo inglês James Moore, Parque Saint’ Cloud Paris.
1ª Prova Feminina, ocorrida no parque Bordelais, em Paris, no dia 1º de novembro.
1877 Rouseau apresenta um dispositivo que por meio de duas correntes multiplicava o giro da roda dianteira. Além deste muitas alterações foram feitas, nomeadamente pela colocação de travões e de tiras de borracha coladas aos aros das rodas, inventado por Robert Thompson.
Em 1880/1881 Starley e o seu sobrinho, inventaram a bicicleta que assumiu as características daquelas que hoje conhecemos. Foram introduzidos os pedais no centro a tracção passou para a roda traseira, através de uma corrente de transmissão. Posteriormente, a partir de 1891, com a invenção dos pneus com válvula de ar dos irmãos Michelin, ficou resolvido o problema das rodas que, nas primeiras bicicletas eram de madeira e ferro.
1887 Ainda no mesmo ano, na Irlanda, James Boyd Dunlop, inventa o pneu que vem trazer aos novos veículos um maior conforto e resistência. Este mecanismo consistia na colocação de um rolo de pano engomado cheio de ar. No entanto esta invenção tinha o inconveniente da manutenção.
1891 Os franceses Edouard e André Michelin lançam o pneu desmontável. Em resposta aos avanços de Dunlop, os irmãos Michelin inventaram um pneu de mais fácil manutenção, que enchia através de uma válvula e ainda permitia a sua remoção e substituição em caso de dano.
1895 No dia 9 de outubro toda a cidade de Milão aplaude a chegada de Raffaelle Gatti, que retorna do “Tour do Círculo Polar Ártico”.

QUADRINHOS nov 2008