por VERA CAVINATO
Coordenadora dos Professores da E. E. Brasil
Já estamos no segundo semestre do ano e isso nos propicia um novo começo, um reinício, uma retomada, enfim. Temos diante de nós duas escolhas possíveis: refazer tudo do mesmo jeito, seguindo os mesmos paradigmas, adotando os mesmos moldes, as mesmas cores, os mesmos sabores; ou reformularmos tudo, revendo nossos conceitos, mudando as fórmulas, experimentando o novo, o incerto, o desconhecido.
Muita gente passa a vida fazendo sempre tudo igual, como se caminhasse por uma alameda sem buracos, sem defeitos, com medo de inovar e fracassar, apostando na máxima “não troque o certo pelo duvidoso.”
Outras tantas gentes passam a vida experimentando, apostando, correndo atrás do novo, do desafio, daquilo que não conhecem ao certo mas têm certeza que existe. São as pessoas que não querem mais o presente do jeito que ele é, não querem a paralisia, desdenham o “para sempre”. Essas pessoas não têm paciência para esperar a mudança chegar.
Elas não veem a hora de ousar, de extrair da imaginação as experiências que querem ter para se sentirem vivas, para se expandirem. Não importa o que elas sejam: professores, operários, trabalhadores braçais, informais ou liberais. Nada tem a ver com posição social ou salário. Tem a ver com viver com leveza, dizer não à mesmice, procurar motivação, movimento, atitude, ser flexível. É saber que cada dia que se vive nunca foi vivido antes, cada experiência nunca foi experimentada antes, que cada novidade virá para enriquecer o trabalho, a vida.
Essas pessoas sabem que as sensações negativas existem e precisam se combatidas, assim como a infelicidade, a pobreza, o desânimo que afligem o mundo. Mas é necessário despertar.
A verdade é que sempre podemos escolher entre cultivar nossos medos ou desafiá-los. Como se faz isso? Com amor, com paciência, com esperança, com compreensão, com sinceridade e, acima de tudo, com determinação.
É preciso pegar tudo que já foi feito, ensacar e jogar fora. No lixo. Para poder desistir da rotina e fazer tudo diferente, confirmando uma existência ativa, renovada e melhorada.
Quem tapa os olhos e os ouvidos não vai ver nem ouvir que está errado mas corre o sério risco de não ver nem ouvir os ventos da mudança que trarão as possibilidades.